China marca o início de uma nova era nas relações com a África

A Cimeira, de acordo com o programa da cerimónia de abertura, vai adoptar dois documentos de abordagem, nomeadamente a “declaração e o plano de acção”, para a construção de um consenso entre a China e África, e traçar um caminho que visa a implementação da cooperação sino-africana de alta qualidade, tendo em vista os próximos três anos.

A abertura da reunião da Cúpula China-África será assinalada, ainda, com um jantar a ser oferecido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, aos Chefes de Estado e de Governo dos países africanos e aos representantes de organizações regionais africanas relevantes e organizações internacionais.

O ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, que participa no evento, em representação do Presidente da República, João Lourenço, é uma das figuras aguardadas para o “jantar” de boas-vindas, a ser servido na noite desta quarta-feira, em Beijing, capital do gigante asiático.

Xi Jinping deverá, segundo ainda o programa, proferir breves palavras de cortesia aos homólogos, devendo o discurso de abertura da Cimeira estar reservado para o acto de amanhã, altura em que os líderes da China e dos países africanos mantêm o tão aguardado encontro de trabalho, momento que a imprensa chinesa convencionou chamar “reunião da grande família China-África”.

A escolha do tema “Juntando as mãos para avançar na modernização e construir uma comunidade de alto nível China-África com um futuro compartilhado”, é justificado pelo gigante asiático para celebrar a amizade e traçar o caminho a seguir para a cooperação.

O Governo chinês acredita que a presente edição do Fórum de Cooperação sino-africana vai superar as anteriores, nomeadamente a cúpula de Beijing de 2006, a de Joanesburgo de 2015 e a de Beijing de 2018. A organização refere que a presente edição representa o maior evento diplomático organizado pela China nos últimos anos, com a maior participação de líderes estrangeiros.

Protecção da Cimeira

Ontem, na 9ª Conferência Ministerial do FOCAC, em que esteve o embaixador angolano na China, João Salvador Neto, que serviu de análise dos pontos da agenda a serem apreciados pelos Chefes de Estado e de Governo, o ministro chinês das Relaçoes Exteriores, Wang Yi, revelou que a presente Cimeira China-África será de “alto padrão”, com diversas actividades complementares, tendo sublinhado a grande atenção dos líderes chineses e africanos ao evento, facto que disse demonstrar a confiança na solidariedade da cooperação.

O chefe da diplomacia chinesa referiu, ainda, que durante a Cimeira, o Presidente Xi Jinping vai fazer um resumo do desenvolvimento do Fórum, anunciar as iniciativas emitidas pela China, para fortalecer a futura cooperação China-África, juntamente com os líderes africanos, e traçar novos desafios para a cooperação.

“Estamos convictos de que só com os esforços conjuntos dos membros do Fórum, a presente Cimeira será mais um evento histórico, para reforçar a solidariedade e a cooperação China-África, que estabelecerá um novo momento no processo de modernização do Sul Global”, sublinhou Wang Yi.

O ministro chinês, que também é membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China (PCCh), enfatizou que a Cúpula do Fórum de Cooperação sino-africana promoveu, nos últimos 24 anos, o desenvolvimento de África, tornando-se um símbolo importante da cooperação Sul-Sul e impulsionando a cooperação internacional com o continente berço da humanidade.

A China, continuou Wang Yi, está disposta a cooperar estreitamente com os países africanos para tornar a Cúpula um grande evento, de modo a fortalecer a solidariedade e a amizade entre o povo chinês e africano, iniciando uma nova era de cooperação China-África.

“Apoiamos, firmemente, os países africanos na defesa de seus direitos legítimos ao desenvolvimento e à revitalização, e a China está comprometida em promover, conjuntamente, a construção de um mundo multipolar igualitário e ordenado, juntamente com uma globalização económica universalmente benéfica e inclusiva”, sublinhou.

Fonte: Jornal de Angola

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