Ao discursar na cerimónia de investidura, realizada no Estádio dos Mártires, em Kinshasa, testemunhada por 18 estadistas africanos, entre estes o Presidente da República, João Lourenço, Félix Tshisekedi assinalou, igualmente, o contributo da Missão de Observação das Nações Unidas para o Congo (Monusco), do Congo Brazzaville e do Egipto.
Declarado vencedor das eleições de 20 de Dezembro, com 73,34 por cento dos votos, Félix Antoine Tshisekedi Tshilombo foi investido, ontem, no cargo de Presidente da RDC para mais um mandato de cinco anos. A cerimónia, assistida por mais de oitenta mil espectadores, foi igualmente prestigiada por três ex-Presidentes, além de representantes de governos europeus, americanos e asiáticos.
João Lourenço desembarcou ao meio da manhã de ontem na capital congolesa, Kinshasa, de onde partiu para o Palácio do Povo, sede da Assembleia Nacional da RDC. Segundo fonte oficial, o Presidente da República interagiu brevemente com outros convidados, tendo mantido igualmente um encontro com Félix Antoine Tshisekedi.
O Presidente da República entrou no Estádio às 13h30, exactos quinze minutos antes de Félix Tshisekedi marcar presença sob forte ovação da população. Assim que terminou a cerimónia, João Lourenço partiu para o aeroporto sem fazer declarações à imprensa, à semelhança do que aconteceu com os outros Chefes de Estado ou seus representantes, que cumpriram à risca o programa protocolar previamente estabelecido.
A particularidade de Angola partilhar uma extensa fronteira, de 2.500 quilómetros a Norte e a Leste da RDC, confere aos dois países o estatuto de parceiros estratégicos.
Angola e a RDC estão igualmente inseridas na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e na Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC). Por sua vez, o Presidente João Lourenço preside à Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), integrada pela RDC. Por essa razão, Angola integrou missões de Observação Eleitoral da SADC e da CIRGL no pleito eleitoral de 20 de Dezembro.
As regiões da SADC e da África Central, nas quais a RDC está inserida, foram as mais representadas na tomada de posse de Tshisekedi, com sete Chefes de Estado cada uma. Os Presidentes Cyril Ramaphosa (África do Sul), Lazarus Chakwera (Malawi), Mokgweetsi Eric Keabetswe Masisi (Botswana), Samia Suluhu (Tanzânia), Hakainde Hichilema (Zâmbia), Emmerson Mnangagwa (Zimbabwe), Umaro Embaló (Guiné-Bissau), Macky Sall (Senegal), Faure Gnassingbe (Togo), Bola Tinubu (Nigéria), Nana Akuffo (Ghana) e Adama Barrow (Gâmbia), também testemunharam o acto.
Foram igualmente destacadas as presenças do Presidente das Comores, Azali Assoumani, que também representou a União Africana, Dennis Sassou Nguesso (Congo Brazzaville), Carlos Vila Nova (São Tomé e Príncipe), Evariste Ndahishimiye (Burundi), Faustin-Archange Touadèra (RCA), Brice Oligui (Gabão), Mahamat Idris Deby (Tchad), Salva Kirr (Sudão do Sul) e William Ruto (Quénia). Os antigos Chefes de Estado do Quénia, Tanzânia e Madagáscar, designadamente Uhuru Kenyata, Jakaya Kikwete e Hery Rajaonarimampianina, testemunharam igualmente o acto.
Fonte: Jornal de Angola